Edgar Allan Poe contraria a ideia de que o trabalho de um escritor se dá a partir de um transi ou uma inspiração criadora. O trabalho de um escritor é sentar escrever, reescrever e escrever de novo com a persistência até o texto ficar bom. O ideal é que as crianças possam aprender essa regra desde cedo.

Quanto à leitura o estudante precisa ter o contato com os mais variados gêneros para conseguir a proficiência leitora; precisam superar a codificação e decodificação de códigos. E nós professores também devemos ser modelos e uma das formas é separar uns minutinhos da aula para lermos para eles.

O gênero textual Memórias trabalha com as lembranças que fazem parte tanto da vida dos alunos quanto da comunidade vinculado ao ambiente em que vivem a um passado que não é apenas conhecido, é sentido.

Às vezes você só percebe a importância de um momento, quando ele se torna uma lembrança.

Lembro que comecei a ler na primeira série com 7 anos e tudo era motivo para mostrar a minha habilidade, lia de tudo, lembro que meu pai tinha uma Brasilia verde velha que andava bem devagar e na época não tinha segurança, então eu ficava de joelhos no banco do carro com o rosto prensado na janela lendo todos os muros, outdoors, propagandas, enfim tudo que era possível. Na minha casa não tinha contato com livros, mas lia muitas coisas para minha mãe, já que ela é analfabeta. Na escola pública tinha mais contato com textos narrativos, literatura conheci somente no ensino médio.  Lembro que na terceira série tinha uma amiga com uma excelente memória, a minha sempre foi péssima, ela memorizava todos os textos, principalmente para as avaliações, e eu não conseguia, então devido a isso minhas interpretações foram ficando cada vez melhores, pois tinha que entender os textos. Comecei a criar questionários para estudos, o que melhorou minha escrita, mas não era criativa, odiava as redações sobre “minhas férias”, nunca sabia o que escrever, por isso eu faltava no primeiro dia de aula. A partir da quinta série, comecei a estudar com uma garota que tinha muita criatividade, mas era péssima em ortografia, então formamos uma dupla, ela ditava e eu escrevia, quando era individual ela me dava ideias e eu corrigia o texto dela e assim fomos até o segundo ano do ensino médio. Uma coisa eu aprendi desde cedo para aprendermos a escrever é necessário que escrevamos, que erre e reescreva quantas vezes for necessário até que o texto fique bom, eu sempre fiz muitos rascunhos.